Observando a liberdade no rosto de quem estava em cima de uma magrela, só aumentava o sonho de, também, estar sobre essa mágica máquina de felicidades.
Quando vi meu pai ao lado da minha primeira bicicleta, a felicidade era tanta que em palavras não poderia descrever. Finalmente, pude sentir a sensação de liberdade, o vento no rosto e a alegria de andar na minha primeira bicicleta.
Os anos passaram. Em alguns momentos, a velha companheira até ficou meio esquecida, mas o amor pela bike nunca se perdera. Aquela sensação de liberdade ao dar voltas no quarteirão com a primeira bicicleta, ressurge com as cicloviagens antes nunca sonhadas; pedalar por mais de 100km e, apesar do cansaço muscular, sentir uma paz de espírito inexplicável, a integração à natureza como jamais teria em uma viagem de automóvel.
Sozinho ou na boa companhia dos amigos, o prazer de pedalar, o contato com a natureza, sentir a vida fluir pelo corpo, o alívio da mente frente ao cotidiano caótico do dia a dia são combustíveis daquele que tem a bicicleta como estilo de vida, prefere as diversidades desse simples transporte à comodidade de um automóvel que o faz simplesmente ver a vida passar pela janela como um flash, um filme.
Caso você tenha achado esse texto exagerado ou simplesmente não conseguiu compreender os sentimentos expostos, talvez seja porque você nunca foi um verdadeiro ciclista, aquele que usa a magrela pelo simples fato de amar pedalar.
Texto de: Paulo Roberto C. Sousa