sábado, 3 de março de 2018
Caloi 10 Fênix (bike urbana)
Na segunda feira, 26 de fevereiro, não sei por que resolvi voltar do trabalho, na minha bicicleta, por uma rota diferente da que uso normalmente. Sem muita preocupação, só queria curtir a pedalada e o visual diferente da rotina.
Na tranquilidade do pedal, deparei-me com uma casa em ruínas, a qual já havia observado outras vezes, mas, nesse dia, ela tinha perdido mais algumas paredes; acredito que por conta das fortes chuvas ocorridas no fim de semana. Com a queda das paredes, ficou amostra uma velha bicicleta encostada, com apenas uma roda e em péssimo estado de conservação. Não resisti e parei para olhar; primeiro pelo estilo do guidão de “speed” que vi de longe e, acreditando ser uma antiga Caloi 10, resolvi chegar mais perto. Para minha surpresa, o quadro aparentava um ótimo estado, apesar de muito sujo, pintura mal feita, mas nada quebrado ou áreas críticas de ferrugens. Tentei seguir viagem, mas não consegui deixar aquela preciosidade sem saber qual seria o destino dela. Retornei até uma casa vizinha para saber de quem seria a propriedade. Quando conversava com o morador, eis que chega o dono da referida casa em ruínas. Prontamente perguntei qual seria o destino daquela velha bicicleta encostada em meio aos destroços. A resposta foi surpreendente: “ É para pôr no lixo”, não pude acreditar e indaguei se poderia levar para mim, ele sem pensar disse: “Pode levar isso”.
Agora a questão era como levar a velha bike de bike??? Pensei em deixar lá, ir em casa e voltar de carro para pegar, mas logo veio à cabeça. E se outra pessoa passar e pegar antes do meu retorno, pois ainda faltavam uns 5km para chegar em casa, vou dá um jeito de equilibrar-me pedalando e levando a bicicleta, segurando pelo guidão. Deu um certo trabalho, câimbras no braço por conta da posição e por onde passava via os transeuntes rindo daquela cena inusitada, mas eu ia todo feliz já pensando como ela iria ficar depois de reformada. Ao chegar em casa, já tinha todo o processo de como seria a restauração dela.Não tive descanso; foi entrar em casa e já começou o primeiro passo da recuperação: desmontar e limpar a bicicleta. Ao final dessa etapa, surpreendeu-me o estado do quadro; praticamente intacto para as condições na qual achei a Caloi 10. O único problema que pude ver foi a gancheira que havia sido serrada, mas para o que tinha pensado em fazer com ela isso não seria problema.
Depois de limpa, pude perceber que se tratava de uma Caloi 10 Sprint, na cor dourada. Levei o quadro, na mesma tarde, para o pintor; decidi pela cor prata, já que não seria uma volta a originalidade e sim uma modificação. Apressei o pintor ao máximo para entregar logo o quadro pronto; o prazo ficou para sexta, dia 02 de março. Passei então para ver quais as peças que eu teria em casa e que poderiam ser usadas no projeto. Reuni algumas coisas, fiquei na expectativa para receber o quadro pronto e começar a montagem.Sexta dia 02 de março, peguei o quadro, que por sinal ficou lindo na cor prata, e parti direto para a loja Debora Ciclo em Tianguá. Hora do passo seguinte! A montagem que durou toda a tarde. Resultado: uma bike urbana com sistema contra pedal surge quase ao anoitecer.
Como uma fênix renascida das cinzas, essa velha bicicleta ressurge com um novo estilo e pronta para uma nova vida de aventuras.